Isto é Dinheiro , 18 DE ABRIL 2001

RESISTÊNCIA
Grupo revolucionário enfrenta o Taliban

Andrea Assef


Mas você vai saber também que nem tudo está perdido. No meio desse cenário árido de desesperança, surge uma resistência. É a Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão (Rawa), uma entidade formada por duas mil mulheres que vivem na clandestinidade dentro e fora do Afeganistão. A Rawa foi fundada em 1977, em Cabul, por um grupo de intelectuais afegãs lideradas por Meena (para proteger os familiares, elas não usam o sobrenome), com o objetivo de lutar contra a invasão soviética. Dez anos depois, Meena, com apenas 30 anos, foi assassinada por agentes da KGB, a polícia secreta da União Soviética. Atualmente, a Rawa, que transferiu a sua sede para Quetta, no Paquistão, representa a única força de oposição aos homens do Taliban. A principal tarefa da Rawa é atender os 2,6 milhões de refugiados afegãos. Nos campos de refugiados, a Rawa mantém hospitais e escolas para meninas e meninos. Mesmo sob a intensa vigilância Taliban, a entidade atua secretamente no Afeganistão. Escolas clandestinas para meninas e assistência médica para mulheres nas áreas mais remotas do país são as principais ações dessas bravas guerreiras.

DINHEIRO conversou com uma das líderes do Rawa, a afegã Mehmooda, que vive num campo de refugiados no Paquistão. Ela, assim com todas as integrantes do Rawa, vem recebendo ameaças de morte. “Não vamos desistir nunca”, avisa. Ninguém melhor do que Mehmooda para contar o que está ocorrendo com a economia do Afeganistão, devastada por essa exclusão social das mulheres afegãs. “O Aiatolá Khomeini, o horrível tirano do Irã, disse certa vez: ‘a economia pertence às bestas.’ Assim pensam também os talibans”, explica Mehmooda.

Contatos para contribuição à causa da mulher afegã podem ser feitos pelo e-mail (rawa@rawa.org) ou por carta P.O.Box 374, Quetta, Paquistão.


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